Saúde Caixa: caminho possível é reajuste zero e fim do teto

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Durante reunião do GT (Grupo de Trabalho) do Saúde Caixa, ocorrida na quinta-feira (7/08), o banco apresentou aos representantes dos empregados dados referentes às receitas e despesas do plano. Os números apontam um desequilíbrio financeiro (déficit) de R$ 346,3 milhões no semestre.

“Os números apresentados pela Caixa trazem uma projeção de R$ 500 milhões a R$ 700 milhões de déficit ao final de 2025. Mantidas as condições atuais, as projeções para 2026 é de outro déficit de R$ 700 milhões a R$ 900 milhões”, observou o coordenador da CEE (Comissão Executiva dos Empregados) da Caixa e diretor do Sindicato de Londrina, Felipe Pacheco.

“Se estes valores de déficit projetados para o plano forem repassados aos empregados, os valores das mensalidades passariam a ser quase o dobro dos atuais. Se hoje os empregados já estão sufocados com os custos, um reajuste deste nível inviabilizaria a permanência da maioria dos usuários no plano. Por isso, não há outra solução para manter o plano financeiramente viável para nós, empregados, que não passe pelo aumento das contribuições da Caixa no custeio. Adicionalmente, para que o Saúde Caixa se mantenha economicamente sustentável de forma perene, a Caixa deve extinguir o teto que ela própria inseriu no seu Estatuto”, explicou o coordenador do GT Saúde Caixa e diretor de Saúde e Previdência da Fenae Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa), Leonardo Quadros.

Leonardo lembrou ainda que, no final de 2024, os relatórios atuariais da Caixa previam um reajuste de 22,86% a partir de janeiro de 2025, empurrando toda a conta do atual déficit para os empregados. “Nos posicionamos contra este reajuste, e, como estava em andamento a proposta de alteração do Estatuto do banco, defendemos a retirada do teto na nova versão, o que garantiria o retorno das discussões do custeio do plano, como prevê o ACT do Saúde Caixa, mas em uma condição mais favorável a nós, empregados. Como o teto foi mantido, a Caixa permanece com sua participação congelada, causando este desequilíbrio financeiro de quase R$ 350 milhões no semestre, e que até o final do ano pode chegar entre os R$ 500 milhões a R$ 700 milhões.”

Temeridade

Para a representação do pessoal da Caixa, qualquer discussão no formato de custeio, que não passe pelo aumento da participação da Caixa, é uma temeridade, pois há ensaios que apontam reajustes que podem chegar a até 300% em certos casos se for adotada a cobrança por faixa etária. “Se todo este incremento nos custos ficar sob responsabilidade dos empregados, sem que a Caixa aumente sua participação, os reajustes serão elevadíssimos, o que inviabilizaria a permanência de grande parte dos empregados no plano”, disse Leonardo.

Para o dirigente da Fenae, propor soluções como a cobrança por faixa etária, embora em um primeiro momento signifique reajuste menores para alguns segmentos, para outros resultaria em valores impraticáveis. “Isso seria a quebra do pacto intergeracional e da solidariedade. E não resolveria o problema central, que é a necessidade do aumento da participação da Caixa no custeio. E, mesmo estes que hoje terão reajustes menores, com o passar dos anos veriam os aumentos maiores chegarem. Na prática, a mudança significaria o fim do direito de permanecer no plano na aposentadoria, já que muitos não teriam condições financeiras para tal. E, desta forma, a direção da Caixa acabaria com este chamado ‘benefício pós-emprego’”, avaliou.

Reunião técnica

A consultoria atuarial contrata pela representação dos empregados já havia solicitado informações adicionais para ampliar a análise e realizar projeções mais assertivas.

Foi agendada uma reunião para terça-feira (12) entre as equipes técnicas da Caixa e dos empregados para tratar do assunto.
Fonte: Contraf-CUT