
Foi aberto na manhã desta quinta-feira (4/12) o 31º Curso Anual do NPC (Núcleo Piratininga de Comunicação), que será encerrado no domingo (7) no Rio de Janeiro.
Com a participação de cerca de 200 lideranças sindicais, assessores de imprensa e ativistas sociais, o evento acontece na sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).
O mote da edição deste ano é “Comunicação e Mobilização da Classe Trabalhadora na era digital”.
O Curso foi iniciado com a exibição do filme “Quem cuida de mim?”, que embasou os debates da mesa “Comunicação sindical na prevenção ao adoecimento mental”, tendo como contexto a categoria dos professores.
Apatia, falta de estímulo, desvalorização, baixos salários, jornada excessiva, assédio moral, violência e mobilização para garantir uma gestão democrática da educação foram as demandas apontadas pelos debatedores desse tema.
No segundo painel, intitulado “A Classe Trabalhadora Brasileira”, integrantes da mesa fizeram relatos sobre a organização de categorias e movimentos sociais. As falas abordaram desde as lutas dos trabalhadores e trabalhadoras sem direitos (autônomos, trabalhadores por aplicativos, terceirizados etc.) das lutas do povo negro no período pós-escravidão, até as populações atingidas pelas barragens, devastação/mudanças ambientais.
Violência e opressão
“Entre a polícia, a política, a justiça e o crime está o povo trabalhador” foi tema do primeiro painel do Curso do NPC na tarde desta quinta-feira (4). O depoimento da trabalhadora Maria Dalva Correia da Silva, mãe de Thiago, uma das vítimas da chamada “Chacina do Borel”, abriu os debates sobre a violência policial no Rio de Janeiro.
Com a frase “não tem justiça, não tem dinheiro que repare minha dor”, Maria Dalva resumiu seu drama em relação à omissão das autoridades em relação à morte de seu filho, das ameaças que sofreu dos policiais e de sua luta contra a opressão e a discriminação contra a população pobre e negra.
Participaram ainda desta mesa o advogado e ex-delegado de polícia, Orlando Zaconne, responsável pelo caso da Chacina do Borel, e o advogado Guilherme Pimentel, advogado e ativista de direitos humanos.
Por Armando Duarte Jr.