Dirigentes do Sindicato de Brasília e da Fetec-CUT/CN (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte) reuniram-se na segunda-feira (21/07) com o secretário Nacional de Defesa do Consumidor, Wadih Damous, e o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Vitor Hugo Ferreira. O encontro, solicitado pelo deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF) e que contou com a presença da deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e da assessoria jurídica do Sindicato, discutiu os impactos do fechamento de agências e da terceirização fraudulenta de serviços pelo Santander.
Como resultado da reunião, as entidades vão protocolizar denúncias junto à ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), ao Banco Central do Brasil e ao Ministério da Fazenda. O objetivo é pressionar por medidas que freiem a precarização do trabalho e garantam a segurança dos consumidores.
A reunião foi um desdobramento de uma audiência pública realizada na Câmara Legislativa do DF, proposta por Chico Vigilante, que abordou o fechamento de agências e a terceirização no setor bancário, também com foco no Santander. O tema também foi discutido em outra audiência na Câmara dos Deputados, a pedido da deputada Erika Kokay (PT-DF).
O fechamento massivo de agências tem prejudicado diretamente os clientes, especialmente os mais vulneráveis. Com a redução no número de unidades, o atendimento bancário perde qualidade, as filas aumentam e o tempo de espera se torna excessivo. Muitos clientes são forçados a se deslocar para outras agências, já que aquela onde mantinham conta ou que era mais próxima de sua residência ou trabalho teve seu prefixo transferido – situação que afeta principalmente idosos beneficiários da previdência, que enfrentam dificuldades para se locomover.
No encontro, as entidades também denunciaram terceirização sistemática das atividades do Santander, com a criação e utilização de empresas com CNPJs distintos e com CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) distinta da atividade bancária, o que fragiliza as estruturas de atendimento ao consumidor, diminuiu o vínculo com os canais tradicionais de supervisão e responsabilização do setor bancário, além de não pagar aos trabalhadores direitos previstos na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) da categoria bancária.
Em apenas dois anos, o número de agências do Santander no Distrito Federal caiu de 44 para 15 – um reflexo de um movimento nacional de enxugamento que privilegia o lucro em detrimento do serviço público. Eliza Espindola, diretora da Fetec-CUT/CN, destacou: “O objetivo do Santander com tudo isso é lucrar mais. Basta ver seus resultados no Brasil”.
Fonte: BancáriosDF