A falta de negociação com os Sindicatos em relação à nova reestruturação que está em curso no Bradesco, causando insegurança nos funcionários e gerando críticas de dirigentes sindicais do Paraná.
O diretor do Sindicato de Londrina e representante do Paraná na COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Bradesco, Valdecir Cenali, acredita que o banco perdeu uma oportunidade de ouro ao agir desta forma. “Penso que o banco nesse momento de transição/restruturação e de troca de presidente perdeu uma grande chance de trazer a equipe para o lado do novo mandatário. Poderia ter pago a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) integral aos trabalhadores, mesmo com o lucro reduzido, como forma de valorização dos funcionários. Optaram pelo pior caminho”, avalia.
“O que os funcionários e funcionárias querem do banco é respeito e os Sindicatos cobram a valorização de todos. Até o momento, sem qualquer negociação com o movimento sindical, o banco só impôs uma reestruturação e cobra resiliência”, critica Cristiane Zacarias, dirigente do Sindicato de Curitiba e região. “Na hora de divulgar os resultados e compensar os esforços, paga uma PLR que desmotiva ainda mais os trabalhadores”, afirma.
Para o presidente da Fetec-CUT/PR, Deonísio Schmidt o PDE (Prêmio por Desempenho Extraordinário), remuneração variável implementada pelo Bradesco também sem negociação com o movimento sindical e que precisa de mudanças. “O PDE tem trazido bastante insatisfação, pela má gestão do programa, que é desagregador e desmotivador. O formato do PDE foi imposto pelo banco e não houve nenhuma iniciativa no intuito de abrir margem de negociação em torno das mudanças necessárias para que todos possam receber pelo seu trabalho”, defende.
Deonísio cita como exemplos os três programas de remuneração do Itaú: PLR, Agir e PCR. “Se um funcionário do Bradesco receber uma proposta do Itaú, ele fica ou vai? Precisamos de um PDE que remunere com justiça e a todos, pois produzem e todos recebem. Assim o banco pode demonstrar que se importa e que valoriza seus os funcionários”, finaliza o dirigente.
Fonte: Fetec-CUT/PR