As declarações dadas em entrevista ao jornal Valor Econômico, nesta segunda-feira (5/02), pelo presidente do Santander, Mario Leão, levantaram preocupações sobre a priorização do banco como empresa de varejo, em detrimento do compromisso com o atendimento bancário de qualidade.
Para a secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Rita Berlofa, a declaração do executivo é um absurdo. “Um banco de varejo que não quer atender pobre. Ao mesmo tempo que não quer atender, ele contribui com a redução de renda de seus funcionários com a política agressiva e fraudulenta, ou seja, efetua a transferência de trabalhadores bancários para outras empresas do conglomerado, reduzindo direitos e aumentando as demissões”.
A coordenadora da Comissão de COE (Organização dos Empregados) do Santander, Wanessa Queiroz, vê como desvalorização do atendimento bancário a equiparação da agência a uma loja. “O presidente do Santander parece minimizar a importância do atendimento bancário, crucial para a confiança e satisfação dos clientes”, afirmou.
Para ela, priorizar a imagem de “melhor empresa de consumo” pode resultar na perda de foco nas necessidades específicas dos clientes bancários, comprometendo a qualidade dos serviços oferecidos. “A proposta de segmentação com especialistas responsáveis por grupos de clientes pode gerar preocupações sobre a continuidade do atendimento personalizado e acessível a todos”, avaliou.
A declaração do presidente do Santander de reorganizar o atendimento do Van Gogh com um conceito mais regionalizado levanta desconfiança sobre a acessibilidade e disponibilidade dos serviços para os clientes, porque os gerentes passariam a realizar um atendimento remoto, ou seja, não atendem mais nas agências bancárias. “Nós queremos um sistema bancário que priorize tanto a excelência varejista, quanto a qualidade no atendimento, garantindo que todos os clientes tenham acesso a serviços bancários essenciais. O movimento sindical estará sempre defendendo os interesses dos trabalhadores e clientes bancários”, finalizou.
Fonte: Contraf-CUT