Sindicato da Alimentação em SC abre as portas para avaliação da saúde dos trabalhadores

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Depois de ouvir muita reclamação de que os médicos das empresas não afastavam pessoas com sintomas da Covid-19, e que também tinham dificuldade para conseguir afastamento junto à área de saúde pública do pequeno município de Forquilhinha (SC), onde um frigorífico é o grande empregador e pagador de impostos, a direção do SINTIACR (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Criciúma e Região) buscou parceria com a UNESC (Universidade do Extremo Sul Catarinense) para oferecer consultas.

Através de um projeto com o NUPAC (Núcleo de Saúde do Trabalhador) da UNESC, o professor Dr. Willians Longen organizou a estrutura para receber esses trabalhadores no Sindicato, com os devidos cuidados sanitários, apoiado por um grupo de profissionais que fazem mestrado e doutorado.

Recursos financeiros de um projeto em conjunto com o MPT (Ministério Público do Trabalho) foram realocados para a concretização dessa ação.

“Nós, profissionais da saúde, e nossa Universidade, nos sentimos honrados em poder contribuir nesse momento difícil que vivemos”, descreve Willians.

O dirigente do SINTIACR, Célio Elias, destaca que nunca foi fácil fazer sindicalismo no Brasil, mas que nos últimos quatro anos esse panorama piorou muito, com o enfraquecimento as entidades sindicais, e que é nesse momento que os trabalhadores e trabalhadoras mais percebem como foram enganados por políticos e empresários que mudaram as leis para criar dificuldades de atuação de Sindicatos.

“No momento de desespero, os trabalhadores têm nos procurado ainda mais, e apesar de todas as dificuldades, estamos sempre lutando para garantir a saúde deles”, conta Célio.

Já o médico Roberto Ruiz, que faz parte do NUPAC/UNESC e também é assessor da Rel UITA (Regional Latinoamericana da União Internacional dos Trabalhadores na Alimentação), destaca que é a hora de cada um dar o que pode.

“Tenho atendido pessoas que estão desesperadas, muito angustiadas, achando que estão com a Covid-19 e que podem morrer logo” relata Ruiz.

Segundo ele, “levar o conhecimento técnico adequado, e perceber que as pessoas ficam mais aliviadas, já vale a pena todo o trabalho. Por outro lado, é o que nós da Rel UITA enfatizamos: temos que estar perto das pessoas, de seus problemas, necessidades e sonhos. É preciso reinventar a ação sindical”, conclui.

Por Gerardo Iglesias/SINTIACR