No apagar das luzes de 2019, a privatização do Banco do Brasil está na ordem do dia do governo Jair Bolsonaro. Embora o próprio Bolsonaro continue afirmando que não vai vender o banco, seu ministro da economia e banqueiro, Paulo Guedes, fala o contrário, discursando a empresários que até o final de 2022 esse processo estará concretizado.
Em entrevista concedida ao jornal O Globo, Rubem Novaes, presidente do BB, afirmou que isso é inevitável, reforçando a ideia do chefe Guedes.
Nas contas do ministro, a transação renderia mais R$ 250 bilhões de receitas ao governo e serviria para acabar com o “monopólio” que existe no País, abrindo a possibilidade de baratear e diversificar o acesso aos sistemas financeiros e de crédito.
E isso já está sendo feito desde a posse de Bolsonaro, com a venda pelo BB de sua participação na resseguradora IRB e de outras subsidiárias que está tomando o mesmo rumo, como a BB Seguridade.
Para líderes venda do BB não passa no Congresso
A reportagem feita pelo site Congresso em Foco ouviu a opinião de líderes partidários no Senado e na Câmara dos Deputados sobre o envio de projeto do governo Jair Bolsonaro pedindo autorização para privatizar o Banco do Brasil.
Segundo o site, a maioria dos parlamentares teve reações contrárias à matéria, como o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), o líder do PSD na Câmara, André de Paula (PE), e o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força (SP).
Frente Parlamentar dos Bancos Públicos reage
O presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos, deputado José Carlos (PT-MA), pediu que antes de ser enviado um projeto ao Congresso, o tema seja discutido por plebiscito.
“Terá, como consequência imediata, o encarecimento dos alimentos e da moradia. O BB é o principal responsável pelos créditos concedidos no âmbito do PRONAF e agricultura familiar, que por sua vez, é a responsável por 70% dos alimentos consumidos por toda a população brasileira”, disse.
O petista defendeu ser contra a privatização de todos os bancos públicos, mas afirmou que o caso do Banco do Brasil é mais sensível que o restante:
“Os parlamentares do Congresso Nacional têm a responsabilidade de se contrapor às propostas de privatização dos bancos públicos de modo geral, e do Banco do Brasil em particular, por conta dos impactos que essas privatizações terão junto às classes mais pobres da população brasileira, que são as classes beneficiadas com os juros mais baixos fornecidos por esses bancos na aquisição de moradia e no fomento à agricultura, por exemplo”.
Fonte: Edital Concurso do Brasil/Congresso em Foco