Rubem Novaes é convidado a explicar cessão de carteira de crédito do BB ao BTG Pactual

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O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) protocolou requerimento na Câmara dos Deputados para que o Banco do Brasil esclareça o processo de cessão de uma carteira de crédito de R$ 2,9 bilhões ao BTG Pactual. Além dos esclarecimentos a serem dados pelo banco, o presidente do BB, Rubem Novaes, foi convidado pela bancada do PSOL a comparecer à Câmara para responder perguntas sobre o assunto.

É a primeira vez em sua história que o Banco do Brasil realizou uma operação de cessão de carteira de crédito a uma instituição fora de seu conglomerado. Segundo o coordenador da CEBB (Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil), João Fukunaga, a operação foi feita sem transparência e levanta suspeitas.

O BTG Pactual foi fundado pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes. O Banco do Brasil está subordinado ao Ministério da Economia.

Segundo o site GGN, a única informação divulgada pelas entidades financeiras sobre essa estranha transação foi um comunicado emitido pelo BB ao mercado, no dia 1º de julho, justificando, de forma generalizada, de que se tratava de um “piloto” de “um modelo de negócios recorrente” que o Banco do Brasil estaria desenvolvendo “para dinamizar, ainda mais, a gestão de portfólio de crédito”.

Sem trazer explicações sobre como a cessão dessa carteira de créditos traria benefícios ao Banco do Brasil ou até mesmo os interesses do BTG nessa aquisição, o comunicado dirigido ao mercado somente informava o valor contábil de R$ 2,9 bilhões da carteira e um impacto financeiro de R$ 371 milhões ao BB, que constarão no balanço do terceiro trimestre deste ano.

A iniciativa do deputado Glauber Braga faz parte do movimento de criação de uma frente parlamentar em defesa do caráter público do Banco do Brasil, sobre a qual o 31º CNFBB (Congresso Nacional dos Funcionários do BB) debate no dia 12 de julho. Em vídeo reproduzido durante o Congresso, o parlamentar falou sobre a entrega do patrimônio público pelo governo Bolsonaro.

“É uma importante iniciativa que foi lançada no CNFBB. Vários políticos de diferentes partidos também enviaram suas declarações em defesa do banco e do funcionalismo, e agora vamos construir essa frente. Essa é só a primeira ação”, explicou o coordenador da CEBB.

Fonte: Contraf-CUT